Como controlar a vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata)
Saiba como identificar a vassourinha-de-botão no campo e quais os controles que estão sendo utilizados.
A vassourinha-de-botão é uma planta daninha que vem causando muitos problemas na hora do manejo, principalmente pela dificuldade de controle pelo herbicida glyphosate.
Essa planta daninha também é conhecida pelos nomes: cordão-de-frade, erva-botão, falsa poaia, perpétua do mato, poaia preta, poaia-rosário, vassourinha e vassoura de botão.
Foto: Lucas da Silva Araújo.
Antes de falar do controle da vassourinha-de-botão, separei algumas características da espécie:
Nome científico: Spermacoce verticillata;
Família: Rubiaceae;
É uma planta herbácea, com hábito de crescimento ereto ou semi prostrado;
Classificação quanto ao ciclo de vida: perene;
Quando a planta é jovem apresenta caule quadrático e revestido por indumento de pelos brancos;
Os nós e entrenós são bem definidos;
As folhas são simples e glabras (não tem pelos);
As folhas não têm pecíolos e tem coloração verde intensa;
As folhas ficam em forma de verticilos ao longo dos nós;
O limbo é linear-lanceolado;
A nervura da folha é bem acentuada;
A inflorescência é axilar e terminal em glomérulos globosos;
Coloração da flor: geralmente branca;
O último glomérulo assentado sobre 4 ou mais frequentemente 2 brácteas foliáceas
quase sempre em posição pendente;
O fruto é do tipo cápsula;
Propagação: sementes.
Foto: Lucas da Silva Araújo.
A vassourinha-de-botão é nativa das Américas, e sua ocorrência é relatada desde o Sul dos Estados Unidos até a parte meridional da América do Sul. No Brasil é mais frequente na região Centro-Oeste.
É uma planta daninha que tolera solos ácidos e com poucos nutrientes.
Como identificar no campo?
No campo você deve observar as folhas, elas estarão dispostas em verticílio com o limbo linear-lanceolado.
Além disso, observe a inflorescência, o último glomérulo estará assentado sobre brácteas pendentes.
Foto: Ana Ligia Giraldeli.
Como controlar a vassourinha-de-botão?
No trabalho feito por Fadin et al. (2018), os autores verificaram que as plantas de vassourinha-de-botão podem escapar do controle com o herbicida glyphosate.
O escape está relacionado a problemas de absorção e/ou translocação, principalmente após o desenvolvimento da quarta folha.
As plantas com 4 a 6 folhas tendem a ter menor absorção e translocação do herbicida para as regiões meristemáticas da folha/raiz em comparação com plantas no início de seu desenvolvimento.
As plantas em plena floração tendem a ter uma menor translocação do herbicida para os meristemas das raízes.
De acordo com Fadin et al. (2019) os herbicidas com melhores resultados no controle da vassourinha-de-botão foram:
2,4-D;
glyphosate;
flumioxazin;
cloransulam;
saflufenacil;
glyphosate + 2,4-D;
glyphosate + saflufenacil;
glyphosate + flumioxazin.
Foto: Lucas da Silva Araújo.
Em outro trabalho feito por Andrade Junior (2020), o controle foi de 100% quando as plantas estavam com 2 a 4 folhas, aos 35 dias após a aplicação, com os herbicidas:
flumioxazin;
saflufenacil;
glufosinate;
glyphosate + glufosinate;
glufosinate + flumioxazin;
glufosinate + saflufenacil;
glufosinate + 2,4-D;
glufosinate + imazethapyr.
Já, quando as plantas de vassourinha-de-botão estavam no florescimento, o maior nível de controle foi para a mistura de glufosinate + flumioxazin, com 78,75% de controle.
Quais são as características quanto a biologia da vassourinha-de-botão?
As sementes de Spermacoce verticillata apresentam caráter fotoblástico neutro, ou seja, o processo de germinação ocorre tanto na presença quanto na ausência de luz.
Em relação a temperatura Castilho (2020) identificou que a alternância de 20 - 30°C proporcionou a maior porcentagem de germinação das sementes.
Foto: Lucas da Silva Araújo.
Lembrando que não há casos de vassourinha-de-botão resistente a herbicidas no Brasil, porém é uma planta daninha de difícil controle com o glyphosate.
Se você quer saber diferenciar a vassourinha-de-botão das outras plantas daninhas da família Rubiaceae, como a erva-quente e a poaia-branca, veja o vídeo abaixo!
Conclusão
No texto de hoje você aprendeu a identificar a vassourinha-de-botão no campo.
Também apresentei para você os herbicidas estudados que apresentam eficácia no controle desta espécie.
Lembre-se sempre de que o manejo integrado de plantas daninhas é a principal estratégia, por isso aliado ao controle com herbicidas, faça o manejo cultural e preventivo.
Não deixe área em pousio, faça o manejo de entressafra, rotação de culturas, palha no sistema e manejos que favoreçam a cultura (época de semeadura adequada e arranjo espacial de plantas).
O manejo com herbicidas pré-emergentes é uma estratégia para o controle dessa planta daninha.
Sobre a autora: Ana Ligia Giraldeli, Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar), Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Especialista em Agronegócios (USP/ESALQ/PECEGE). Criadora do Projeto Plantas Daninhas do Agro.
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